terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Ver-O-Peso - Max Martins
Poeta paraense Max Martins morre em BelémMorreu no final da tarde desta segunda-feira(9), em Belém, aos 83 anos, o poeta paraense Max Martins. Desde junho de 2008, complicações clínicas estariam sendo constantes na rotina do escritor, que ficou internado em uma clínica particular na capital. A família ainda não definiu onde acontecerá o velório e o sepultamento do corpo do poeta.Vida: Max se interessou muito jovem pela poesia, pois seu pai possuía um pequeno acervo em sua casa e foi aí que ele se encontrou com os poetas românticos do Brasil. Porém não era a poesia exatamente que ele amava, ele queria buscar o novo.Os primeiras textos de Max foram publicadas por Haroldo Maranhão em um jornal escolar denominado “O Colegial”. Foi a partir desse jornal de alunos, que floresceu uma amizade entre Max, Haroldo e Benedito Nunes que dura mais de 50 anos. No período de 1945 a 1951 , eles participaram juntos do suplemento literário “Folha do Norte”, de grande importância na época.Autodidata, trabalhou no Instituto Medicamenta Fontoura como chefe de escritório em Belém; no Ministério da Saúde-SUCAM, como inspetor administrativo; e desde 1991 é diretor da Casa da Linguagem, da Fundação Curro Velho, em Belém.Escolhido patrono da IV Feira do Livro Pan-amazônico, novembro a dezembro de 1999, em Belém do Pará, promoção da Secretaria de Cultura.

Ver-O-Peso - Max Martins
A canoa traz o homem
a canoa traz o peixe
a canoa tem um nome
no mercado deixa o peixe
no mercado encontra a fome
a balança pesa o peixe
a balança pesa o homem
a balança pesa a fome
a balança vende o homem
vende o peixe
vende a fome
vende e come
a fome vem de longe
nas canoas
ver o peso
come o peixe
o peixe come
o homem?
vende o nome
vende o peso
peso de ferro
homem de barro
pese o peixe
pese o homem
o peixe é preso
o homem está preso
presa da fome
ver o peixe
ver o homem
vera morte
vero peso.

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